A sentença: 8 anos e 3 meses de prisão

A juíza Bárbara de Lima Iseppi considerou que o conteúdo dos shows de Léo Lins propaga discursos de ódio contra diversos grupos sociais, e que ultraa os limites do humor. A pena foi agravada pelo alcance do vídeo: mais de 3 milhões de visualizações

'É um personagem'

No vídeo, Léo afirma que, no palco, interpreta um personagem cômico, com piadas ácidas e críticas sociais. Segundo ele, condená-lo por isso é o mesmo que punir um ator por um papel em filme ou novela

'Limitação cognitiva grave'

Para o humorista, a falta de compreensão sobre o papel do humor revela um problema mais profundo. 'É preocupante ver uma juíza que não entende o que é um show de comédia', declarou

'Vivemos a epidemia da cegueira racional'

Léo Lins afirma que os julgamentos hoje são movidos pela emoção, e não pela razão. Para ele, ninguém mais quer ouvir o outro lado ou discutir ideias sem cancelamento

A analogia com o Coliseu Romano

No desabafo, o comediante compara a sociedade a um espetáculo romano: 'A plebe vibra com cada cancelado, enquanto os poderosos assistem de camarote, intocáveis.'

O que diz a sentença, afinal?

Segundo a decisão, as apresentações incentivam a violência verbal e fomentam a intolerância. A juíza afirma que liberdade de expressão não pode ser escudo para discursos preconceituosos

Segundo a sentença, as apresentações de Lins 'incentivam a propagação de violência verbal' e 'fomentam a intolerância'. A decisão afirma ainda que 'a liberdade de expressão não é pretexto para a emissão de comentários odiosos, preconceituosos e discriminatórios.'

Humor ou discurso de ódio?

A linha entre piada e ofensa é tênue — e, no caso de Léo Lins, virou tema jurídico. Para a Justiça, ele ultraou esse limite diversas vezes. Para o humorista, é censura.