
A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) afirmou nesta sexta-feira (6/6) que se apresentará voluntariamente à polícia italiana. A parlamentar deixou o Brasil após ser condenada a 10 anos de prisão por invasão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e por publicar documentos falsos, entre eles um suposto pedido de prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, atribuído ao próprio ministro.
"Vou declarar os meus dados para pegar os documentos. Estou aqui de boa-fé. Estou aqui por conta de uma perseguição política. Vou provar isso. Fui condenada sem provas. Na outra condenação, de cinco anos, foi ridícula, porque eu tinha porte legal. Eles me condenaram por porte ilegal. Eu quero provar isso aqui e buscar refúgio na Itália", disse em entrevista a CNN Brasil.
Zambelli afirmou que não vai mais respeitar as determinações de Moraes, que, após a fuga, ordenou a prisão preventiva da deputada. Ela também declarou temer ser deportada, pois respeita a justiça italiana.
Também nesta sexta-feira, os ministros da Primeira Turma rejeitaram o recurso da parlamentar contra a sua pena.
A deputada, que alegou ter recebido mais de R$ 200 mil em doações para pagar as multas, saiu do Brasil pela fronteira terrestre com a Argentina. No país vizinho, ela pegou um voo para os Estados Unidos, de onde seguiu para a Itália, alegando que a cidadania poderia ser usada como argumento para evitar sua extradição.
Carla Zambelli também responde na Justiça por ter perseguido um homem com uma arma em punho na região central de São Paulo, na véspera do segundo turno das eleições de 2022. Na ocasião, ela chegou a entrar em uma lanchonete cheia de clientes com a arma empunhada.
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A parlamentar alega em sua defesa que possuía porte de arma, mas, pouco antes, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou a proibição do porte de armas para quem tivesse autorização nas 24 horas que antecederam e nas 24 horas que sucederam o pleito.