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Professores traçam o perfil de provas da FGV, a banca do CNU 2

Ministério da Gestão anunciou a banca organizadora na terça-feira (5/6). Ao Correio, especialistas pontuaram características da instituição e deram dicas de estudo

Raphaela Peixoto
postado em 06/06/2025 11:53 / atualizado em 06/06/2025 11:56
 A escolha representa uma mudança, visto que a primeira edição do certame foi conduzida pela Fundação Cesgranrio. A alteração pode sinalizar um aumento no nível de exigência das provas, de acordo com especialistas -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
A escolha representa uma mudança, visto que a primeira edição do certame foi conduzida pela Fundação Cesgranrio. A alteração pode sinalizar um aumento no nível de exigência das provas, de acordo com especialistas - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

A Fundação Getulio Vargas (FGV) foi anunciada como a nova banca organizadora do Concurso Nacional Unificado (CNU), popularmente conhecido como o "Enem dos Concursos". A escolha representa uma mudança, visto que a primeira edição do certame foi conduzida pela Fundação Cesgranrio. A alteração sinaliza um aumento no nível de exigência das provas, de acordo com especialistas.

Segundo Letícia Bastos, professora do Gran Concursos, a escolha da FGV deve ser interpretada como uma tentativa de imprimir maior rigor acadêmico à seleção. “Isso reforça a importância de uma preparação focada, estratégica e adaptada ao novo padrão”, afirma.

Com a FGV à frente da organização, a expectativa é de uma prova mais analítica e densa, com ênfase na interpretação crítica, argumentação lógica e domínio aprofundado dos conteúdos. “A FGV é conhecida por elaborar provas que vão além do conhecimento teórico, exigindo análise, articulação textual e leitura atenta”, explica Letícia.

A especialista compara o perfil das duas instituições: enquanto a Cesgranrio costuma apresentar questões mais objetivas, com enunciados curtos e diretos, a FGV tem uma abordagem mais sofisticada. “A banca costuma explorar textos longos, sutilezas semânticas e gramaticais, além de alternativas semelhantes que podem confundir o candidato”, observa. Na prática, isso pode tornar a prova mais desafiadora, especialmente para quem não está familiarizado com esse estilo.

Outro ponto destacado por Letícia é a exigência gramatical da FGV, que vai além das regras básicas. A banca costuma cobrar análise sintática, efeitos de sentido, coesão textual e domínio refinado da linguagem.

O professor Bruno Bezerra, do Estratégia Concursos, também projeta mudanças no formato da prova. Segundo ele, os candidatos devem se preparar para uma avaliação mais longa, com enunciados extensos. “O Ministério da Gestão e da Inovação já anunciou que as provas objetivas e discursivas serão aplicadas em dias distintos. Isso pode indicar maior número de questões, enunciados mais detalhados e até duas questões discursivas, ou uma mais complexa”, analisa.

Como se preparar para o novo CNU?

Com a definição da FGV, especialistas recomendam ajustar o plano de estudos ao estilo da nova banca organizadora. "A principal dica é treinar com questões anteriores da própria banca, especialmente em Língua Portuguesa, Raciocínio Lógico e nas áreas específicas de cada bloco temático. Também é importante investir em leitura interpretativa, aprofundar a parte normativa da gramática e praticar a escrita, considerando que a FGV costuma aplicar provas discursivas com alta exigência de clareza, coesão e argumentação", recomenda Letícia Bastos.

Bruno Bezerra recomenda que os candidatos mantenham uma rotina de estudos sustentável, com duas a três horas diárias. Essa preparação deve incluir material teórico (em vídeo e texto), resolução de questões anteriores e revisões frequentes para fixar o conteúdo.

O professor também sugere iniciar a preparação pelas disciplinas de conhecimentos básicos, que devem ser mantidas no próximo edital: políticas públicas, ética e integridade, istração pública federal, finanças públicas, diversidade e inclusão, e os desafios do estado de direito. “São seis áreas fundamentais, e começar por elas pode ser decisivo”, orienta Bezerra.

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