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Aos 86 anos, Carlos Vereza dá voz a uma mulher silenciada no teatro

"Lotte Zweig — A mulher silenciada" tem autoria, direção e participação de Carlos Vereza, e Hana Kolodny no papel principal. Apresentações vão de 6 a 29 de junho em Ipanema, no Rio de Janeiro

Hana Kolodny e Carlos Vereza -  (crédito: Priscila Nicheli)
Hana Kolodny e Carlos Vereza - (crédito: Priscila Nicheli)

O ator, produtor e escritor Carlos Vereza, aos 86 anos, continua a surpreender o público com sua energia e criatividade. Desta vez, ele apresenta a peça Lotte Zweig — A mulher silenciada, que conta a história real do casal Stefan Zweig e Charlotte Altman Zweig, encontrados mortos em 1942, em Petrópolis. A peça é uma homenagem à memória de Lotte Zweig, uma mulher que foi silenciada por décadas.

Para Carlos Vereza, é fundamental trazer ao público a história de pessoas que dedicaram suas vidas à justiça e foram silenciadas e apagadas da história do país. "Em dias de Ainda estou aqui, tornou-se ainda mais urgente a necessidade de trazer ao público o resgate da memória de pessoas que dedicaram suas vidas à justiça", afirma.

A ideia da peça surgiu quando Carlos Vereza leu o livro Stefan Zweig deve morrer, de Deonísio da Silva, que apresenta a hipótese de que o casal foi assassinado e não cometeu suicídio, como foi relatado na época. "Fiquei inquieto com essa injustiça e mergulhei em uma pesquisa profunda sobre o casal", conta.

A peça

A peça é contada através do ponto de vista de Lotte Zweig, interpretada por Hana Kolodny, e apresenta a vida do casal em exílio no Brasil, acompanhada da sombra da guerra. "A peça aborda sob ponto de vista de Lotte Zweig, com astúcia e intelectualidade, a vida em exílio do casal europeu no Brasil", descreve Carlos Vereza.

Entrevista | Carlos Vereza

Qual a importância de contar essa história real no teatro depois de tanto tempo?
Em dias de Ainda estou aqui, tornou-se ainda mais urgente a necessidade de trazer ao público o resgate da memória de pessoas que dedicaram suas vidas à justiça, e que, por esse motivo, foram silenciadas e apagadas da historia do nosso país. Ainda mais importante, considerei imprescindível a protagonista ser uma mulher que ou por isso, e encontrei em Hana Kolodny todas as ferramentas, talento e sensibilidade para cumprir o papel magistralmente.

Tem vontade de voltar as novelas? Ainda vamos ver Carlos Vereza nas telonas?
Sim, televisão e cinema fazem parte, inseparáveis, da minha profissão. Eu não vou parar enquanto estiver vivo. A minha essência transcende nas artes.

Como é para você estar há tanto tempo atuando?
São mais de sessenta anos de profissão, que, acredito, tenham sido pautados por caminhos mais respeitáveis possíveis. O meu trabalho, e trajetória nas artes, considero como minha biografia.

Como você enxerga o etarismo nos dias atuais?
Espero que não sejam extintos os personagens, de pai e avô rsrsrs…. Por mais que eu seja mais velho que Matusalém, por dentro ainda me sinto jovem, aberto a aprender cada vez mais e entregar o meu melhor público.

Serviço

Lotte Zweig - A mulher silenciada
Com autoria, direção e participação de Carlos Vereza, e Hana Kolodny no papel principal.
Apresentações de 6 a 29 de junho.
Teatro Casa de Cultura Laura Alvim - Av. Vieira Souto 176 - Ipanema - Rio de Janeiro

postado em 03/06/2025 23:45
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