
A gripe aviária foi tema do CB.Agro — parceria entre Correio e TV Brasília — de ontem. O cenário no Distrito Federal e as medidas adotadas depois da confirmação da morte de um irerê devido à doença na área do Jardim Zoológico de Brasília foram abordados por Danielle Cristina Kalkmann Araújo, subsecretaria de Defesa Agropecuária do DF.
Aos jornalistas Roberto Fonseca e Jaqueline Fonseca, ela confirmou a reabertura do Zoo para a próxima sexta-feira, 13 de junho, mas ressalvou que, caso necessário, o fechamento do espaço pode ser prorrogado.
Como está o cenário hoje? Como o governo do Distrito Federal está atuando e qual o balanço em relação à situação do Zoológico de Brasília?
Desde o momento em que a gente levantou a suspeita, fizemos a interdição do zoológico. A gente mantém a interdição para evitar qualquer risco e para facilitar o nosso monitoramento. Foi uma detecção superprecoce que a gente fez devido também a sensibilização dos profissionais que trabalham lá. Quando a gente teve os primeiros casos detectados em aves silvestres no país, já começamos uma sensibilização de todos os órgãos que trabalham de alguma forma com animais silvestres. Quando ocorreu o primeiro caso, assim que teve a suspeita, traçamos um raio de atuação de três quilômetros. Concentramos todas as nossas ações em visitas nas propriedades que possuíam aves, possuíam animais na região desses três quilômetros de raio em volta do Jardim Zoológico. Visitamos todas as propriedades, orientamos os produtores, fomos também às casas agropecuárias que comercializam animais vivos, demos uma olhada nas condições das aves que estavam no local e, realmente, nesse primeiro momento, não foi detectada nenhuma outra ave com alguma suspeita contundente para a doença.
Como ocorre a fiscalização no DF?
Os nossos fiscais vão às propriedades, conversam com a população sobre os sinais e explicam o que fazer no caso de avistar algum desses sinais. Todas as equipes têm veterinário, que avalia as aves clinicamente para verificar se tem algum sinal clínico. Nós estamos fazendo o monitoramento, especialmente de espelhos d'água do Distrito Federal. Já fomos ao Zoológico, aos bolsões do aeroporto, ao Parque da Cidade e ao Parque Ezechias Heringer. Utilizamos drones, porque nos ajudam bastante nesses locais a observar como estão as aves ali.
Com a confirmação do caso no DF, aumentou a participação da população em busca de informações, relatando casos?
Nos últimos dias, a gente recebeu cerca de 30 notificações e estamos avaliando. Algumas, a gente já descarta, pela imagem, pela foto, ou pela conversa com a pessoa que fez a notificação. O sistema está sensibilizado e isso é muito importante para nós, nesse momento, porque conseguimos tranquilizar a população, avaliar e, de novo, detectar precocemente qualquer caso suspeito. Não há realmente motivo para pânico, porque é uma ave de vida silvestre, e nós estamos numa área de migração delas. Elas vão para o Sul. Depois, voltam para o Norte, então, am aqui. Eventualmente, pode chegar uma ave doente desses outros lugares que têm a doença há bastante tempo, como nos Estados Unidos, Argentina, Chile, Peru ou México, mas não há motivos para pânico.
Quais são os sinais de alerta? Se vemos um pombo no caído no chão, devemos manter distância? Quando a Secretaria de Agricultura deve ser acionada?
A gente está orientando hoje que a população mantenha distância de toda ave morta. Então, não manipule a ave com as mãos. Se tiver um pombinho morto, pega com luvas ou pega com um saquinho. Cave um buraco e enterre. Vamos orientar isso quando a pessoa entrar em contato, mas não manipular diretamente uma ave morta. Os sinais clínicos da doença são de uma gripe, a princípio. A ave pode espirrar, estar com secreção, cai o pescoço dela, fica meio descoordenada, não anda de forma adequada. Acho que já ajuda bastante a população a ver essa questão do andar da ave e sintomas digestivos também, como a diarreia, que costumam estar associados a essa doença.
O Zoológico está previsto para reabrir em 13 de junho. Os frequentadores devem ter cuidados especiais?
Não. Neste momento, a população não precisa ter medo. A partir do momento em que for feita a desinterdição do Zoológico, é porque ele está seguro para voltar a receber visitantes. A gente está seguindo uma recomendação do Ministério da Agricultura quanto a esse prazo, que pode ser estendido. O dia previsto para reabertura é sexta-feira (13/6), mas, se for necessário, epidemiologicamente falando, a gente pode prorrogar mais um tempo para garantir a segurança de todos.
*Estagiário sob a supervisão de Malcia Afonso
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